MALÁSIA
A
minha passagem na Malásia durou apenas 19 horas portanto nem foi bem uma visita. Era uma escala entre o Japão e
a Indonésia, mas que por ser tão longa, me permitiu ir conhecer um pouco de
Kuala Lumpur, uma das cidades mais desenvolvidas e ricas do Mundo.
Apanhei
um metro em direcção ao centro, onde fui dar a um centro comercial com um
enorme placar publicitário do KFC com o Cristiano Ronaldo.
Saindo
do centro comercial, vislumbrei pela primeira vez as Petronas Twin Towers,
principal referência turística na Malásia que em tempos foi o maior(es) edifício(s)
do Mundo.
Fiquei
junto às torres a olhar para elas e tirar as fotografias da praxe durante mais
de uma hora e meia, pois pelo meio fui conhecendo pessoas de todos os cantos do
Mundo.
Por
baixo das Petronas Twin Towers há um centro comercial que mais parece a Rodeo
Drive, tal é o nível de lojas que lá existem (Prada, Chanel, Louis Vuitton, etc).
Por trás deste centro comercial há um espectáculo de água e luzes.
Jantei
num restaurante Australiano perto das torres e regressei ao aeroporto.
Ainda
faltavam 12 horas para o meu vôo, incluindo horas nocturnas, por isso tentei
encontrar um sítio onde conseguisse dormir mínimamente bem. Usando o wifi
gratuito (um bem essencial) do aeroporto, deparei-me com um website chamado http://www.sleepinginairports.net/
que dizia exactamente qual o melhor sítio do aeroporto de Kuala Lumpur, e
muitos outros, para dormir. Não falhou nem um bocadinho, pois dormi 8 horas
seguidas como se estivesse em casa!
www.portugalaroundtheworld.blogspot.com |
A minha cama nesta noite |
INDONÉSIA
Fui à
Indonésia porque já há muito tempo ouvia falar em como era um sítio único,
ideal para passar uns tempos sem grandes preocupações onde podia aproveitar para
descansar. Muitos amigos meus e também o meu irmão têm hábito de aqui vir à ilha de Bali. Sendo assim, decidi ir também ver e
conhecer por mim.
Estive
pouco mais de uma semana na ilha, que foi pouco mas suficiente para conhecer
este sítio maravilhoso. Este post vai parecer familiar para muitos (pelo menos espero que sim)
O que
torna Bali tão especial é o lifestyle e ambiente relaxado notório em toda a
parte, livre de qualquer tipo de stress.
De
uma ponta à outra da ilha se vêem paisagens das mais bonitas que existem. O verde das árvores e da vegetação é a cor predominante onde quer que se
ande.
Mergulho ao final da tarde |
Oferendas de Bali |
O único meio de transporte |
O
aeroporto de Bali fica em Kuta, que envolve Denpansar, maior cidade da ilha e onde está o grande comércio. Apesar de ser uma cidade e viver num
ritmo algo frenético tipicamente Asiático, esta cidade consegue acompanhar a
boa vibe das restantes localidades da ilha, talvez por estar calor e bom tempo 80% do ano!
A
vida de um turista em Bali é simples: acordar, tomar um bom pequeno almoço, ir
à praia, sair para almoçar num dos milhares de restaurantes típicos, voltar
para a praia, jantar ao início da noite a beber uma Bintang - cerveja local.
Tudo
isto é feito de calções e havaianas, de manhã à noite, e não há nada que se
“tenha” que fazer, ver, comprar, etc. Daí eu dizer que em Bali não há
preocupações.
Pôr do sol em Padang-Padang |
Quem
faz surf pode escolher uma de muitas das melhores ondas do
Mundo. Quem não faz pode ficar só a fazer praia.
Praia de Uluwatu |
Em
Bali circula-se maioritariamente de mota. São centenas de milhares as scooters
que se vêem na rua, normalmente ocupadas por 2, 3 ou 4 pessoas. Famílias
inteiras e crianças a conduzir são uma visão muito frequente.
Qualquer
pessoa pode alugar uma scooter por 3-4€ por dia e circular à vontade. Isto permite ter uma liberdade que aqui é obrigatória, pois as distâncias são sempre relativamente longas.
O abastecimento é feito assim! À beira da estrada em garrafas de vodka com gasolina |
Por
haverem tantas scooters e um quase igual número de carros e camiões, o trânsito
nas ruas das cidades é algo caótico! Por inúmeras vezes senti perigo a conduzir
a minha mota (a que chamei mota mágica), pois tanto me passava
um carro pela esquerda a escassos cms, como um camião pela direita a igualmente
curta distância, como os dois ao mesmo tempo! Era normal estar a conduzir
tranquilo e de repente estar a vir um carro ou uma mota na direcção oposta na
minha faixa. Estes foram sempre momentos inseguros, principalmente
quando tive que guiar grandes distâncias, mas felizmente correu tudo bem e foi outra
experiência que adorei ter!
A confusão e uma criança sem capacete à esquerda |
A "minha" mota mágica |
Outra
das características de Bali é o comércio: em quase tudo o que se compra é
necessário ter atenção e muita paciência, pois eles tentam-nos aldrabar em
tudo! Quer seja um taxi, um quarto para alugar, a comprar roupa, ou um
restaurante, a arte de negociar é um trunfo e uma ferramenta essencial para se
levar o melhor de Bali. Até no aeroporto um guarda veio ter comigo a perguntar
se queria passar a longa fila da imigração. Respondi claro que sim até que me
pediu 20 dólares, além dos 25 que ia ter de pagar do visto.
Desde
que uma pessoa esteja atenta e não queira ser enganada, consegue sempre evitar
e em tudo o que compra poupar 30 ou 40%, o que no meu caso, por estar a viajar tanto tempo, é crucial.
Kuta
é uma cidade muito agitada, por isso preferi ficar num sítio mais tranquilo: Onde
fiquei a dormir fica a 1h de Kuta, no sul de Bali – uma praia chamada Uluwatu
que é mundialmente conhecida por ter das melhores ondas que existem. Fui para estar lá relaxado mas também, principalmente, para fazer surf. Porém,
para grande azar meu e grande sorte para muitos, as ondas estavam divinais, a
atingir os 2,5/3 metros, o que é óptimo, mas demasiado para mim e para o meu
nível.
Sendo assim, limitei-me a ficar na praia ou nos bares a ver durante os primeiros dias.
Ondas em Uluwatu |
Bares da praia de Uluwatu |
O meu camarote |
Fotografias de um casamento na praia |
Num
desses dias fiquei com grande vontade de estar na água e como em Uluwatu e
redondezas as ondas continuavam enormes, voltei a subir 1h de mota até Kuta para ver como estava. A viagem valeu a pena, aqui as ondas estavam perfeitas para mim e passei o dia inteiro dentro na água. O pior foi o regresso a
Uluwatu: 1 hora de scooter no trânsito louco desta vez à noite.
Praia de Kuta |
Praia de Kuta |
Em toda a ilha se vê estes pequenos cestos com flores, arroz e incenso - são as chamadas Offerings - um ritual de oferendas que os habitantes de Bali fazem 3 vezes por dia, em forma de gratidão aos Deuses pela vida, gratidão que segundo a tradição lhes trará prosperidade e saúde. Estas oferendas deixam um intenso cheiro pelo caminho, muito característico de Bali.
Cerimónia de oferenda |
Ruas de Kuta |
Além
de muita e boa praia, a ilha de Bali é conhecida pelos seus Templos e locais de interesse
cultural.
Mesmo
junto ao sítio onde estava a dormir fica o Uluwatu Temple, um templo em pedra
construido no topo de um enorme penhasco onde o mar bate. Esta foi uma paisagem
inesquecível a juntar ao magnífico pôr do sol. Este templo é também conhecido por ser uma cidade de Macacos.
No
caminho, encontrei um Inglês que tinha conhecido na África do Sul. Foi mais uma
enorme coincidência daquelas que só acontecem comigo!
Como
disse, Bali tem inúmeros restaurantes locais, e em todos eles se come
lindamente. O prato típico chama-se Mie Goreng ou Nasi Goreng, que são noodles ou
arroz fritos com cebola, ovo, legumes e frango. É uma delícia e foi o que comi
em quase todas as refeições na Indonésia! O melhor restaurante de Bali, para referência, fica mesmo junto ao Jacko's House, o meu hostel, e chama-se Uluwatu Cafe.
Nasi Goreng no Uluwatu Cafe |
No
dia seguinte a ir ao templo parti juntamente com o Federico, um
argentino que também está a viajar sozinho que estava a dormir no mesmo hostel, para
Kintamani, uma cidade que fica umas horas a norte de Uluwatu.
Tinhamos
muito poucas informações de como chegar, quanto tempo demorava ou até onde
dormir em Kintamani. O objectivo era chegar ao vulcão Batur onde queríamos ver
o nascer do sol. Pelo caminho visitámos Ubud, uma cidade onde está uma floresta de
macacos onde estivemos umas horas, seguidas de um almoço no Ibu Oka Babi Guling, um
restaurante de porco assado recomendado pelo Antony Bourdain no programa No Reservations que depois de ficar famoso abriu 3 novos espaços!
Floresta de Macacos |
Seguindo
viagem, mais duas horas até chegar a Kintamani. Total: 4 longas horas de viagem nas
nossas pequenas scooters.
Kintamani
é uma pequena aldeia no topo de uma montanha onde não se passa rigorosamente
nada. Os restaurantes fecham às 16h e funciona só como ponto de partida para quem
visita o vulcão Batur. Aqui fiquei a dormir num hostel onde paguei a módica
quantia de 1,80€! Este poiso serviu para ficar apenas umas horas, pois às 3.30
saímos em direcção ao vulcão.
Kintamani |
Petiscos típicos da região |
O meu quarto de hostel |
O que 1,80€ compraram |
Começámos a caminhar desde a base durante duas
horas até chegarmos ao topo, mesmo a tempo de ver um dos cenários mais bonitos
que vi em toda a viagem e talvez vida: um nascer do sol incrível sobre as ilhas, outros vulcões e sobre as nuvens, que lá em baixo faziam parecer que estávamos mais alto que o resto do Mundo.
Incrível cenário |
Tomámos
o pequeno almoço no topo do vulcão e voltámos a descer durante mais duas horas,
passando por mais um refúgio de macacos até regressarmos a Kintamani às 9 da
manhã.
A essa hora, pusemo-nos novamente a caminho de Uluwatu para outras 4 desgastantes horas de viagem. Desta vez parámos num belíssimo campo de arroz e também em Jimbaran, onde almoçámos na praia um peixe acabado de pescar.
Outra paragem, num campo de malaguetas |
Almoço em Jimbaran |
Em
Uluwatu as ondas continuavam enormes, pelo que o surf continuava a não ser
hipótese para já. Consegui apenas fazer um bocadinho na manhã seguinte numa onda mais
pequena chamada Impossibles, mas que estava pior que má, pelo que nem valeu a
pena.
À
tarde o mar já estava mais pequeno, mas mesmo assim ainda grande. Entretanto,
lembrei-me de uma coisa que me tinham sugerido fazer se não estivesse
exageradamente grande. Remei até ao canal da onda de padang-padang, a melhor e
maior onda da zona, onde fiquei durante horas a assistir de um local
privilegiado a um espectáculo de tubos dado pelos locais e alguns estrangeiros
que se atreviam.
De onde vi as ondas de Padand-Padang |
Tubos perfeitos uns atrás dos outros |
Este
foi o meu último dia em Uluwatu. Nesta noite, decidi regressar a Kuta, pois ia
embora no dia seguinte. Desta forma podia conhecer mais um lado de Bali que
toda a gente diz que vale a pena: a noite.
Kuta
tem uma rua de bares e discotecas que a partir das 11 da noite parece uma
selva: carros e motas por todo o lado; os bares a tocar música mais alta uns
que os outros; milhares e milhares de pessoas na rua, a maioria são
australianos bêbados; e de 10 em 10 metros me perguntaram se queria comprar
droga. Isto num país onde o tráfico de droga é punido com prisão perpétua.
Fui
aos dois principais sítios onde se sai: Bounty e Sky Garden.
O
Bounty era um bar, aberto ao exterior que tinha ligação a uma grande discoteca
interior. Fiquei pouco tempo neste bar, porque estava vazio e quem estava
eram locais bêbados. Fui então ao Sky Garden e foi aí que percebi a insistência
em que eu fosse lá por parte dos meus amigos: Era um mundo de pistas e salas,
com um labirinto infindável de escadas e escadinhas e uma organização digna
de qualquer discoteca Europeia. No total, eram 8 pistas de dança diferentes,
cada uma com o seu estilo e música diferentes, todas cheias de gente. Tive uma
noite engraçada, e apesar de estar sozinho fui-me embora já de madrugada.
Ruas de Kuta à noite |
Pista principal no Sky Garden |
Antes de ir para o aeroporto aproveitei para passear pelas ruas de
Kuta onde se vende tudo e mais alguma coisa. Roupa, acessórios, tecnologia,
mobília e o que se possa imaginar ou necessitar, verdadeiro ou falso,
está lá disponível.
No
taxi em direcção ao aeroporto aproveitei para desvendar dois mistérios que me
intrigavam sobre Bali:
1 1) Como
era possível as pessoas andarem de mota à velocidade que andam, 4 e 5 em cada mota, muitas sem capacete e não acontecerem tragédias a toda a hora? O
taxista respondeu que infelizmente acontecem e são muito frequentes.
2 2) Como
é que alguém se atreve a vender ou comprar droga no meio da rua? Resposta: A droga que
estas pessoas vendem é falsa, serve para enganar os estrangeiros, que compram
farinha ou açúcar quando acham que estão a comprar cocaína, ou relva quando
acham que estão a comprar erva.
Chegando
ao aeroporto obrigaram-me a pagar mais 20 dólares para sair, o que me irritou
solenemente, pois já tinha pago 25 para entrar e como não tinha sido avisado
destes 20 não tinha guardado nada e não aceitavam cartão, pelo que tive que
gastar dos últimos euros que guardava.
Resolvida
a questão, embarquei finalmente com destino às Maldivas.
Os meus novos amigos, que me acolheram na Jacko House |
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