What's this?

Tenho tentado actualizar o blog sempre que possível, mas às vezes é complicado encontrar internet suficientemente boa.

Espero que gostem!


O que é que se faz quando se tem o trabalho perfeito, mas ao mesmo tempo se tem como maior objectivo e sonho de vida viajar o Mundo?

Vai-se viajar!

Foi o que eu fiz. O meu nome é Fernando Costa, tenho 27 anos e trabalho há 4 no melhor emprego do mundo, a organizar a etapa Portuguesa do Circuito Mundial de Surf - o Moche Rip Curl Pro Portugal (http://live.ripcurl.com/portugal-home-2013.html). Para mim este é o melhor trabalho que poderia querer ter.

Mas acontece que ao mesmo tempo, o maior objectivo nesta fase da minha vida era viajar pelo Mundo, ver os 6 Continentes (7 para quem conta com Antártida, mas esse fica para outra altura qualquer); conhecer as diferentes culturas e ter o maior número de experiências culturais possível. São estas as coisas que me fazem mais feliz, além da minha família e amigos (parece cliché, mas é mesmo assim)

Sendo assim, decidi partir para uma aventura de cinco meses a viajar pelo que me faltava no Mundo. Até hoje, estive dois meses a viajar pela América do Sul em 2009, três meses a viajar pela Austrália e Nova Zelândia em 2012, e vivi um ano nos Estados Unidos onde também deu para passear um bocado.

Sem ter qualquer plano definido, o objectivo passa por conhecer muito bem Africa e Ásia, e vai ser obrigatório passar 11 dias na California na despedida de solteiro de um amigo.

Quanto ao trabalho, foi posto "de lado" por enquanto, mas pode ser que volte. Se for possível, vai voltar, se não for, é por uma boa causa.

Se não tivesse sido agora, não era nunca..


SE QUISEREM LEIAM, SE NÃO, VEJAM SÓ AS IMAGENS!!

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11/05/2014

JAPÃO

 





O Japão ganhou um novo fã!

Só aqui vindo é que uma pessoa se apercebe do evoluído, sofisticado e principalmente desenvolvido que é. Passou a ser dos países que mais gostei de viajar.

Durante 12 dias, estive a viajar pelo centro e sul do Japão, conhecendo um pouco de tudo, com especial foco nas duas principais ofertas que o Japão apresenta - as cidades e as aldeias onde ficam os templos.
Nestes 12 dias, tive o enorme prazer de ser acompanhado pela minha Mãe. Foi ela quem me proporcionou practicamente tudo o que tenho, e se hoje em dia estou a ter esta oportunidade é pela educação e preparação que ela me deu. Por isso foi um luxo e uma bênção poder fazer esta parte da viagem com ela. 

De comboio, percorremos quase tudo e vimos um dos mais incríveis países que há para ver.

Tudo o que acontece no Japão aparenta ser bem feito, de forma quase mecânica:
As estradas circulam bem; o sistema de transportes funciona às mil maravilhas, mesmo em horas de ponta não atrasa nem um minuto; é um país extremamente seguro; e a comunicação entre os turistas e os locais é óptima. Os japoneses são as pessoas mais prestáveis que alguma vez conheci:
Por exemplo, quando estávamos no meio da rua com um ar perdido ou a ver o mapa, aparecia sempre alguém que se ofereceria para nos ajudar sem sequer termos que pedir. Em todo o lado onde perguntávamos informações, quer fosse uma loja, um restaurante ou uma pessoa na rua, desdobravam-se em esforços, tinham mapas preparados e até nos acompanhavam onde quiséssemos ir.
Uma verdadeira simpatia de povo, diferente da grande maioria.

Como cultura, o Japão é também um país muito particular. Os hábitos e os gostos são completamente diferentes dos nossos, apesar de aqui o Ocidente estar na moda.
Aqui, o principal hobby é ir a salas de Pachinko, um “casino” com milhares de máquinas de uma espécie de pinball vertical em que os Japoneses são viciados. As máquinas fazem um barulho ensurdecedor a acompanhar música. Juntando 2 ou 3 mil destas máquinas com mais um tanto número de pessoas a fumar desalmadamente, dá para imaginar o ambiente dentro destas salas.



Salas de Pachinko (estas 2 fotografias encontrei no Google, não são minhas)

Entre os mais novos, o principal passatempo é também ir a salas de jogo, mas neste caso jogos de consola. Só que ao contrário das nossas salas de jogos, aqui elas são prédios de 5, 6, 8 andares, todos cheios de máquinas para todos os gostos! Tanto estas salas como as salas de Pachinko, existem mais nas grandes cidades.


Jovens a jogar


Prédio SEGA

Um urinol na sala de jogos tem um jogo que mede a quantidade de xixi e dá prémios se for muita!


O Japão têm uma das mais pequenas taxas de crime do Mundo. Qualquer loja deixa os seus produtos do lado de fora onde seriam facilmente roubados, mas ninguém os tira. Nunca foi preciso ter cuidado com as nossas coisas.

Uma das coisas estranhas que reparei no povo japonês foi o tipo de compras que fazem. Para além das lojas clássicas, iguais às que se vê na Europa ou Estados Unidos, e de um número astronómico de lojas de electrónica, eles aqui têm, por todo o lado, lojas de brinquedos, peluches e coisas desse género. Estas lojas em qualquer lugar seriam para crianças, mas aqui só se vê adultos! Parece que têm um fascínio e quase um fetiche por brinquedos e coisas infantis.


Adultos nas compras numa loja de brinquedos
Até os anúncios são infantis


Em alguns bairros, vêm-se também aquilo que eles chamam de “maid cafés”. São cafés quase normais, tirando o facto de serem servidos por raparigas vestidas de empregada, iguais aos desenhos animados japoneses.


Promotora de um dos Maid Cafes



O quotidiano no Japão actua, como disse, um motor. Cada um circula na sua direcção, faz o que tem a fazer, e todos formam uma civilização que parece programada, quer seja numa cidade agitada ou numa vila pacata, e nada parece conseguir disturbar o bom funcionamento e a normalidade desse motor.





Os Japoneses vivem programados e parecem fazer tudo certo

Quando tentei negociar qualquer coisa, reagiram como se nem fosse possível eu estar a fazer aquela pergunta; quando tive que resolver um problema com um bilhete de comboio, pareciam não conseguir dar a volta à situação. Várias ocasiões nos fizeram concluir que apesar de ser um país super-desenvolvido, o facto de serem, como disse, programados, não lhes permite pensar fora da caixa nem serem desenrascados. 

Foi com esta mentalidade simples que se tornaram numa das principais potências mundiais, e são sem dúvida o mais desenvolvido país que conheci até agora. E também o mais eficiente!

Por todo o lado se está perante tecnologia de ponta. Desde carros eléctricos aos ecrãs gigantes de alta definição usados para publicidade nos prédios, centros comerciais e na rua em vez de simples painéis.







Grande parte dos restaurantes não têm empregados, porque usam umas máquinas em que se faz o pedido e se paga. Depois entrega-se a senha da máquina ao cozinheiro, e ele prepara a comida e avisa quando estiver pronta. 


Uma das máquinas e balcão do cozinheiro

Em todas as cidades é proibido fumar, existem zonas próprias para fumadores, longe do resto das pessoas!





Toda a construção das cidades está preparada para catástrofes naturais. Reparámos que todos prédios têm um espaço entre eles para o caso de um ruir, não trazer o outro abaixo consigo.
Outro tópico engraçado - as casas de banho são quase todas equipadas com a mais moderna tecnologia. Até nas estações de metro as retretes tem o banco aquecido, tampo eléctrico e um bidé automático. Os lavatórios muitas vezes têm secador incorporado.





O Japão é o destino perfeito para quem gosta de comer, e especialmente de experimentar comidas diferentes. Enquanto que o Sushi é o seu prato mais conhecido, não é o mais popular. Aqui encontra-se, consoante a região, uma enorme variedade de pratos originais que vão dos Noodles (no país todo) ao Okonomiyaki, uma espécie de omelete com vegetais e carne ou peixe que é típico do sul; do porco, peixe e marisco panado ou em tempura; ao bolo de carne cozido, espetadas de peixe, bolas de massa com polvo, e obviamente também muito sushi. Mas este Sushi não tem nada a ver com o nosso, aqui é baseado em nigiris, sashimis e rolos básicos. Se eles soubessem que pomos philadelphia ou fritamos os rolos iam dizer que estamos a estragar a comida deles!

Para sobremesa pode encontrar-se desde bolacha frita (literalmente doce por dentro, frita por fora) ou gelado de chá verde. Comemos tudo e gostámos muito de todos eles! 



BBQ Japonês

As montras dos restaurantes têm os seus pratos embalsamados

Bolas de polvo em massa feitas pelos "artistas" de Takoyaki



Sushi pronto em qualquer supermercado no país


Sushi fresco


Em termos de transporte, a melhor maneira de conhecer o Japão é de comboio. Têm um sistema de comboios de alta velocidade ultra moderno que atravessa o país todo e, sendo estrangeiro, é possível comprar um bilhete com o qual se pode fazer viagens ilimitadas nesta rede.
12 Dias chegam perfeitamente para conhecer o principal no país. Nestes 12 dias fomos uns autênticos turistas, de máquina ao peito, a querer conhecer tudo e mais alguma coisa.


O comboio de alta velocidade, que viaja a 320km/h




A altura em que fomos ao Japão é uma das principais para os Japoneses: trata-se da semana da Golden Week, semana em que todos estão de férias, e da época das Cherry Blossom, quando as cerejeiras e a maioria das árvores começa a florescer. Este acontecimento leva milhões e milhões a deslocarem-se pelo país fora só para ficarem sentadas a ver as flores e as folhas das árvores nascer. 


Uma cerejeira em flor



TOKYO

A nossa viagem começou em Tóquio, capital do Japão.
É uma cidade completamente louca – uma confusão de gente, de luzes e barulho mas que apesar disso, como todo o país, funciona como um relógio suíço. Tudo corre fluidamente, sem distúrbios e de forma perfeitamente organizada. O seu povo, também como em todo o país, é muito simpático e acolhedor.













De noite é uma loucura ver os prédios iluminados e de dia cansa só ver as pessoas correr de um lado para o outro.



























Tudo o que é moderno, é incrível!






O Japão é uma espectacular combinação entre o moderno e o antigo



A Torre de Tóquio, que foi inspirada na Torre Eiffel






A presença de publicidade todo o tipo de imagens do Cristiano Ronaldo tem sido notória em todo o Mundo. Aqui ficam dois anúncios em plenas ruas principais de Tóquio





Um dos pontos altos do Japão foi a passadeira de Shibuya, a mais movimentada passadeira que alguma vez vi. A cada minuto, milhares e milhares de pessoas atravessam a rua e depois, quando o sinal muda, fica tudo calmo, parado. Ficámos horas a olhar para a passadeira de vários ângulos, incluindo no meio da confusão. Durante estas horas, e no sítio que pensei ser mais improvável de todos, consegui encontrar amigos Portugueses que não via desde 2012 na Austrália, e também me deparar com uns Japoneses cheios de bandeiras de Portugal, que estavam a gravar um anúncio para a Galp. Parece que comigo acontecem sempre todas as coincidências possíveis.





O meio da selva




De repente, no meio de Shibuya, apareceram estes Japoneses com bandeiras de Portugal! Estavam a gravar um anúncio da Galp





Outro sítio muito particular e um dos que achei mais interessantes e divertidos em Tóquio foi o bairro de Akihabara, um bairro totalmente dedicado a electrónica, jogos, brinquedos e tudo o que de infantil os Japoneses têm. Este bairro é uma autêntica cidade de crianças adultas, é aqui onde se vê mais deste curioso e único cenário que descrevi.



Tudo aqui é apontado ao lado infantil das pessoas






Espadas e material de samurai à venda 


Não são só arranha céus, bairros movimentados e confusão a compor a cidade, Tóquio tem também uma data de espaços verdes, enormes e cuidados como tudo é feito no resto do país. Estes jardins e parques são dos pontos preferidos dos Japoneses, que ali gostam de relaxar e admirar os jardins e plantas (eles fazem mesmo isso!). Para nós, foi giro observar o cuidado com que eles fazem cada coisa, os jardins são autênticas obras de arte e um óptimo sítio para descansar um bocadinho.








Uma experiência a não perder (obrigatória mesmo) em Tóquio é o mercado do peixe, onde todos os dias de madrugada há um leilão de atum. Para ir a este leilão, tivemos que nos levantar às duas da manhã e tentar ser uma das primeiras 120 pessoas a chegar. Apenas estas 120 são autorizadas a assistir. O leilão em si é uma loucura: são 6 homens loucos a gritar e a gesticular ao mesmo tempo, e cada um é responsável pelo seu grupo de licitadores e centenas de gigantes atuns deitados no chão à espera de serem vendidos.
No fim do leilão, tomámos o pequeno almoço no mercado: um fantástico prato de salmão e atum com arroz, ou seja Sushi, às 7 da manhã.





Compradores a avaliar o produto


Durante o leilão





O maior mercado de peixe do Mundo





 Pequeno Almoço


Uma coisa que nunca tinha visto: umacarrinha a circular com peixe vivo



MONTE FUJI

O Monte Fuji é a maior montanha no Japão e um dos símbolos mais conhecidos do país. É um vulcão activo, visto pelos Japoneses como um lugar sagrado. Aqui fazem-se não só caminhadas como peregrinações também. Mas, para nós, foi um local bonito de visitar, pela beleza natural do vulcão e dos pontos e lago que o envolvem, não foi muito mais do que isso. Um check na viagem, que vale a pena vir fazer.












KYOTO



Kyoto é a cidade dos templos. Apesar de ser uma cidade bastante desenvolvida, conseguiu manter intacta grande parte da sua história e por onde quer que se ande, é impossível não nos depararmos com os inúmeros templos típicos Japoneses que são incríveis obras. Por isso, é das cidades mais bonitas e interessantes. A maioria dos templos no Japão são relativamente parecidos, mas não existem como estes em mais lado nenhum, por isso é muito fácil aproveitá-los um a um!






Um deles, o que mais gostei, é o Pavilhão Dourado, um brutal templo totalmente coberto de folha de ouro envolvido por um gigante jardim.










Estamos em todo o lado - de Portugal para o Mundo


Um dos sítios que tinha mais curiosidade de ver, e que acabou por ser um dos melhores na minha opinião foi a floresta de Bamboo em Kyoto – a Bamboo Grove. É uma floresta cheia, cheia de bamboos com um caminho no meio. A quantidade de bamboos cria um efeito incrível, parece vindo de um filme ou de um National Geographic. Um dos sítios mais únicos em todo o Mundo e sem dúvida um dos pontos altos de toda a viagem, por ser um local diferente de tudo, que provavelmente nunca voltarei a ver em mais lado nenhum.





A caminho







No meio da floresta






Kyoto é a cidade original das Geishas – aquelas mulheres Japonesas muito conhecidas, criadas e formatadas para servir e entreter os homens, que usam aquelas vestimentas típicas e usam a maquilhagem branca. Vimos muitas destas mulheres, apesar de não termos tido a oportunidade de conhecer nenhuma.




Kyoto foi o único sítio onde choveu



Lago em Kyoto



Templos imponentes por toda a cidade
















Outro templo - o Pavilhão Prateado





Por dentro de um dos templos







Até nos templos os japoneses são agarrados à tecnologia

Ruas remotas de Kyoto



Portugal em todo o Mundo



NARA

Nara é uma pequena terra (com 300,000 pessoas) perto de Kyoto que é também conhecida por causa dos seus templos e pagodes. Disseram-nos que tinha uma história muito rica e até já foi a capital do Japão há 1300 anos. Nara é também conhecida por ter centenas de milhares de veados em toda a parte.
Nesta terra fizemos apenas uma curta visita aos dois principais templos, um dos quais era um gigantesco templo de madeira, construído sem qualquer parafuso, onde está erguido o maior buda sentado do Mundo.


Welcome to Nara

O pagode de 5 andares de Nara






Geishas




Gentle man - homem gentil




A cultura e tradição estão presentes em qualquer rua no Japão, especialmente à volta de Kyoto


O gigante templo de Nara
As estátuas enormes no templo de Nara

O buda dentro do templo


See you later




OSAKA




Depois de Nara, fomos para Osaka, outra das principais cidades do Japão. Tal como Tóquio, Osaka é uma verdadeira loucura de cores, luzes, barulho e arranha-céus. 







A melhor vista de Osaka


Pôr do sol






Espectadores de um espectáculo de música

Os estreitos carros muito vistos Japão


Osaka é Tóquio têm practicamente as mesmas características e particularidades. Mas, ao contrário do que se passa na capital, Osaka parece ser mais selvagem, mais desorganizada. Aqui cada um veste-se como quer e faz o que quer. É uma cidade com bastante influência Americana e é aqui que se vê os carros “tuning”, as motas a acelerar e tudo aquilo que imaginamos quando vemos um filme de gangsters japoneses. É aqui que está concentrada a rede mafiosa Yakusa, que adorava mas não consegui conhecer nem sequer chegar perto de nenhum membro.

A cidade tem um bairro muito conhecido, onde se concentra toda a noite da cidade. Este bairro, Dotombori, tem inúmeros restaurantes e bares, e é onde se pode provar a melhor comida de rua do Japão. Neste bairro já se vê lixo no chão, pessoas com pior aspecto e prostitutas na rua. Apesar disso, é um bairro muito seguro e com uma energia contagiante.






Os restaurantes constroem peças gigantes daquilo que vendem


Um "fi lho da mãe" qualquer inglês teve a lata de fazer pasteis de Nata, iguais aos nossos, e dizer que são uma receita original dele, dando até autorização para as lojas o venderem. 
Chamou-lhes "Lord Stow's Original Egg Tart" e diz que são "Famous all around Asia"
Se alguém o quiser processar, eu ajudo!



Osaka tem um brutal castelo que parece também vindo de um filme. Como sempre, tive a sorte de no dia em lá estive estar a decorrer um festival que demonstrava como lutavam os guerreiros Japoneses e samurais dos tempos antigos.

Castelo de Osaka








Foi em Osaka que experimentámos Fugu Fish, ou Peixe Balão, um peixe que pode ser perigoso e pode até matar se não for devidamente preparado. Felizmente não aconteceu nada e sobrevivemos para contar a história. Comemos fugu em sashimi, frito, grelhado e até cozido na sopa.
Valeu a pena, pois era, além de perigoso, bastante bom.


O Fugu preparado de várias maneiras




Um casamento tradicional Japonês


Fim da tarde em Osaka


No dia seguinte, fomos a Kobe.

KOBE

Ir a Kobe serviu para cumprir um objectivo específico: Provar Kobe Beef! O Kobe Beef é conhecido em todo o mundo. Já toda a gente ouviu falar das vacas que são massajadas, alimentadas com muitos cuidados e que bebem Sake (vinho Japonês). Este tipo de criação começou aqui em Kobe, daí a sua carne ser chamada Kobe Beef. Se alguma vez comerem carne Kobe fora do Japão, não é o original, mas sim Kobe-style beef, que tenta ser parecido. O original ainda só é exportado para Macau e muito raramente Estados Unidos
Já tinha comido esta carne (o Kobe-style) em Portugal e tinha adorado, mas agora experimentei na origem e posso dizer que não há uma única carne que já tenha provado, nem na Argentina que tem a melhor carne do Mundo, que se compare a esta. É sem dúvida a melhor que já provei pelo sabor, e textura. Acreditem, é a melhor carne de sempre! 





Visita a Kobe




SHIRAHAMA

No Domingo, dia da Mãe, decidimos procurar uma praia que fosse perto o suficiente para irmos. Encontrámos uma terra chamada Shirahama, que fica a 1h30 de Osaka. Trata-se de uma pequena aldeia com uma baía incrível de areia branca e água azul turquesa. Sabia que o Japão tinha praias boas, mas não estava nada à espera de encontrar uma tão paradisíaca tão perto. Estamos na primavera, por isso não estava assim tanto calor e a água estava fria, mas mesmo assim foi óptimo passar este dia com a melhor companhia na praia, no Japão!




Mesmo na praia os Japoneses gostam de usar máscaras


A Rainha do dia!




HIROSHIMA

Estar em Hiroshima fez-me alguma confusão. Impressiona estar numa cidade que há umas décadas foi completamente pulverizada e quase toda a população foi morta nesse dia. 

Depois do ataque da bomba atómica, a primeira na história, conseguiu recompor-se devido à força incrível dos sobreviventes, e hoje em dia tornou-se numa cidade moderna. Tudo funciona bem e a população aparenta ser feliz, como se nada se tivesse passado.


Para impedir que as pessoas se esqueçam do que aconteceu, foi deixado um dos únicos edifícios que resistiu ao ataque, intacto no mesmo estado em que ficou. Foi também construído um museu que conta toda a história, bem como inúmeros memoriais. 
Foi a ida ao museu o que mais impressão me fez. Lá, está relatada ao pormenor toda a história, as razões que levaram ao ataque e as consequências deste. As consequências foram pior que trágicas: 180.000 pessoas morreram, outras tantas ficaram afectadas pela radiação e ou morreram pouco mais tarde ou tiveram graves problemas de saúde para o resto vida e practicamente toda a gente ficou com a família desfeita. 
São muito poucas as pessoas que sobreviveram a esse dia e ousam falar sobre ele. 
No museu vê-se fotografias de pessoas queimadas, roupas e objectos que aguentaram, histórias de familiares, até estranhas partes de corpo que cresceram nos sobreviventes devido à radiação, entre muitas outras coisas que chocam qualquer um que lá entre. 






Atomic Bomb Dome - o único edifício que se mantém intacto desde o dia do ataque





Hiroshima antes e depois do ataque, apenas resistiram aqueles edifícios junto ao rio


Uma réplica exacta da bomba que mudou a história do Mundo






Roupas de uma criança que morreu nesse dia

Partes do corpo removidas a pessoas depois de crescerem do nada devido à radiação


O museu está inserido num parque, todo ele dedicado ao ataque da bomba atómica em 1946. Neste parque, foram também erguidos inúmeros memoriais e placas dedicatórias. 


No meio dos memoriais, está um monte onde foram depositadas as cinzas de mais de 70.000 pessoas cujos corpos não conseguiram ser identificados ou não foram "reclamados"! É um choque gigantesco ver este monte e saber o que representa. Um espaço tão pequeno com uma carga emocional enorme. 


O Parque

Dentro desta pedra está a lista com o nome de toda a gente que morreu 


Neste pequeno monte estão depositadas as cinzas de 70 mil pessoas, incrível...




Esta visita foi para mim um verdadeiro abre-olhos. Estando longe é fácil não nos envolvermos nestas tragédias nem pensar como deve ser nelas. Mas vir aqui foi uma grande chamada de atenção. 




Portugal Around the World em Hiroshima





Neste dia houve um festival da cidade com danças e desfiles pela rua,  do estilo Santos Populares



MIYAJIMA


A sul de Hiroshima fica o nosso último destino nesta grande viagem pelo Japão. Miyajima é uma pequena vila numa ilha acessível apenas de barco, que é conhecida por Torii, um portão tradicional Japonês construído dentro de água e que é um dos principais marcos turísticos do país. A Torii do Itsukushima Shrine, como se chama, foi construida inicialmente no século 6, destruída várias vezes e a actual está de pé desde o século 16. Esta Torii serve simbólicamente para separar a ilha, supostamente sagrada, do Mundo comum. Nesta ilha não podem haver partos nem mortes, pelo que não são aceites mulheres grávidas de muitos meses nem pessoas extremamente idosas ou doentes.

Torii Gate



Vista de terra

Com maré vazia

O Pagode de Miyajima

Comida de rua típica - Ostras grelhadas


A ilha, especialmente por este portão, atrai milhões de turistas de todo o mundo. É uma visita engraçada, recheada de simbolismo, só que gostei mais do que fizemos durante o resto do tempo nesta ilha: em Miyajima, em vez de ficarmos a dormir num hotel, ficámos a dormir num Ryokan, um hotel típico Japonês. Num Ryokan, o chão dos quartos é feito em tatami e as camas são pequenos colchões no chão; não se pode usar sapatos em todo o edifício e quase todos os Ryokans têm uma Onsen ou um Public Bath, que são termas de água quente, onde se relaxa e faz tratamentos. Fizemos tudo!
Foi uma experiência muito engraçada ficar num destes Ryokans, recomendo a quem for ao Japão.
Neste dia, aproveitei também para comer um pequeno almoço Japonês, que incluía salmao grelhado, peixe frito, sopa de ameijoa, omelete e tofu cru. Não podia deixar de comer uma destas refeições típicas, que apesar de ter sido às 7.30 da manhã me soube lindamente.




Na chegada tínhamos uns chinelos à nossa espera



O Pequeno almoço no Ryokan


Em Miyajima fizemos também um passeio pela montanha, que nos proporcionou uma vista incrível sobre o rio, lagos e mar, sobre Hiroshima e as montanhas que a rodeiam.





Pequenos templos no caminho


Lover's sanctuary, uma pequena sala com uma chama acesa há 1200 sem parar!



Vista incrivel do topo da montanha


Regressando a Tóquio por um dia antes de irmos embora do Japão, tivemos ainda oportunidade de comer um grande Sushi de despedida, e ficámos a dormir no 31º andar de um dos hotéis com a melhor vista da cidade!

Última viagem de comboio

Sushi para a despedida

A melhor vista sobre Tóquio 


O Japão foi um país que adorei visitar, por tudo aquilo que representa. A história, a cultura e o desenvolvimento foram o que mais gostei de presenciar. Se tiverem oportunidade, não hesitem em visitar este país magnífico que, apesar de um pouco caro, é acessível a qualquer pessoa, quer tenha 6 ou 90 anos.
Gostei muito também de neste curto período da minha viagem ser acompanhado pela minha Mãe, uma coisa que não estava planeada mas que acabou por ser um óptimo upgrade!