Namíbia 2 -
Saindo
de Swakopmund, segui para Norte em direcção a uma aldeia chamada Spitzkoppe
(quase todos os nomes são em Alemão porque a Namíbia é uma ex-colónia alemã). Esta
paragem, além de ter uma paisagem e um pôr do sol brutal, serviu para
conhecermos as pinturas San, pinturas em rochas com mais de 3 mil anos. Não foi
grande espectáculo em si, mas saber que exactamente naquele local, há 3 mil
anos, os nossos antepassados estiveram ali e era assim que comunicavam entre
eles tem alguma graça.
Spitzkoppe |
3 Mil anos de evolução na Comunicação |
Nos dias que o Benfica joga, a camisola está sempre de fora |
Céu durante a noite em Spitzkoppe |
O
próximo destino foi Kamanjab, uma paragem inesquecível.
Além de rápidas, imponentes, bonitas e tudo aquilo que sabemos, as Chitas são animais extremamente perigosos para as plantações e para os outros animais, pois tem como passatempo destruir o que têm à frente. Por essa razão, os agricultores na Namibia começaram a tomar medidas com as suas próprias mãos quando se fartaram de ver as plantações completamente destruídas e começaram a matar todas as chitas que se aproximassem dos seus terrenos. A Namíbia tem a maior população de Chitas em África, que está a diminuir drasticamente devido às matanças.
Felizmente, houve quem se tivesse oposto a esta medida, e decidiu criar as chamadas "Cheetah Farms" estas quintas, ou parques, são zonas vedadas onde as chitas são alimentadas e mantidas vivas, e qualquer pessoa pode lá deixar uma chita depois de a capturar. É a única forma de as manter vivas e de proteger a agricultura no país. O meu próximo destino serviu para visitar uma destas Cheetah Farms, a Otjitotongwe (cheetah farm no idioma nativo)
Esta quinta tem 11 chitas selvagens e 4 domesticadas. As domesticadas são criadas desde bebés, é a única forma de domesticar um animal selvagem. Estive algum tempo a passear e a brincar com as domesticadas. Parecem uma mistura de cão e gato, adoram brincar e correr. Ao mesmo tempo são perigosas, não são de todo agressivas mas têm dentes e unhas afiados e podem magoar numa brincadeira e porque gostam de ter o seu espaço há certos movimentos que não podemos fazer, bem como alguns sítios onde não lhes podemos tocar. De seguida fui ver as selvagens, que estão num espaço muito maior, onde podem correr e viver no seu habitat. Era hora de serem alimentadas. Incrível a agressividade quando a comida se aproximou, até lutaram entre elas para comer primeiro.
Além de rápidas, imponentes, bonitas e tudo aquilo que sabemos, as Chitas são animais extremamente perigosos para as plantações e para os outros animais, pois tem como passatempo destruir o que têm à frente. Por essa razão, os agricultores na Namibia começaram a tomar medidas com as suas próprias mãos quando se fartaram de ver as plantações completamente destruídas e começaram a matar todas as chitas que se aproximassem dos seus terrenos. A Namíbia tem a maior população de Chitas em África, que está a diminuir drasticamente devido às matanças.
Felizmente, houve quem se tivesse oposto a esta medida, e decidiu criar as chamadas "Cheetah Farms" estas quintas, ou parques, são zonas vedadas onde as chitas são alimentadas e mantidas vivas, e qualquer pessoa pode lá deixar uma chita depois de a capturar. É a única forma de as manter vivas e de proteger a agricultura no país. O meu próximo destino serviu para visitar uma destas Cheetah Farms, a Otjitotongwe (cheetah farm no idioma nativo)
Esta quinta tem 11 chitas selvagens e 4 domesticadas. As domesticadas são criadas desde bebés, é a única forma de domesticar um animal selvagem. Estive algum tempo a passear e a brincar com as domesticadas. Parecem uma mistura de cão e gato, adoram brincar e correr. Ao mesmo tempo são perigosas, não são de todo agressivas mas têm dentes e unhas afiados e podem magoar numa brincadeira e porque gostam de ter o seu espaço há certos movimentos que não podemos fazer, bem como alguns sítios onde não lhes podemos tocar. De seguida fui ver as selvagens, que estão num espaço muito maior, onde podem correr e viver no seu habitat. Era hora de serem alimentadas. Incrível a agressividade quando a comida se aproximou, até lutaram entre elas para comer primeiro.
As chitas selvagens |
As domesticadas |
Uma sensação incrível poder tocar numa chita |
As noites, especialmente a acampar, são todas assim: (tirando quando chove, explico no próximo post)
SAFARIS
Em
África, existem dois locais onde os animais selvagens possam estar: Em Parques,
ou em Game Reserves. Os Parques podem ser públicos, pertencentes ao Governo e
geridos por entidades (National Park) ou privados (Private Game Park). Nota:
Game é como é chamado o todo dos animais selvagens, o nome vem do “jogo” da
caça, que depois passou a ser usado para a observação dos animais. As Game
Reserves são reservas, geridas e coordenadas pelo governo, onde está conservado
o futuro dos animais e do turismo dos países e só haverá intervenção caso seja necessário. Nos National Parks estão constantemente a haver obras, construção
(muito limitada) de hotéis ou acampamentos, restaurantes, estradas, etc. As
Game Reserves são mais naturais, mas extensas, portanto é muito mais difícil de
encontrar os animais.
ETOSHA
NATIONAL PARK
O
Etosha National Park é a principal referencia da Namíbia. É o destino
obrigatório para todos os turistas que visitam o país e trata-se de um dos mais
importantes National Parks (parques onde estão conservados os animais) do
Mundo. Tem mais de 20.000km quadrados e mais de 400 espécies de animais (esta
informação não interessa nada a quem lê, mas é só para dar uma percepção da
enorme dimensão do parque)
Visitar
um parque significa andar de jipe (neste caso camião), pelos muitos kms de
estradas devidamente sinalizadas à procura dos muitos animais que nele vivem.
Tinha ideia que seria muito mais uma aventura, que ia andar de jipe mesmo no
meio do mato, em busca de leões selvagens e ficar a ver enquanto eles devoravam
uma zebra! Mas não é bem assim. O caminho por onde as pessoas podem andar é
algo limitado e é preciso ter sorte para conseguir ver os animais, pois eles
andam à vontade por todo o parque, onde muitos locais são cobertos e
inacessíveis.
Nos
dois dias que estive no Etosha, ao longo das muitas horas e mais de 200km que
fizemos e depois de 5 ou 6 horas sem ver nada, finalmente começaram a aparecer
- vi de muito perto vários Leões, muitas Girafas, Zebras, Wilderbeast (Gnu), Centenas
de Springbrok, Oryx (espécie de gazela) e vários outros tipos de antílopes, bem
como milhares de pássaros de todos os tipos. Faltou ver Rinoceronte, Hipopótamo
e Elefante, mas que garantidamente irei ver nos próximos parques a que for. O
melhor foram sem dúvida os leões, que tinham uma ninhada de 8 mini-leões a
brincar uns com os outros.
Adorei
ver os leões, as girafas e as zebras. Foi como se estivéssemos em pleno
National Geographic, eles a fazerem a sua vida e nós a observar. Simplesmente
brutal. Ou melhor, simplesmente Animal!!
Foi diferente de se estivesse num jardim zoológico, o ambiente ali é o que faz a
maior diferença. É mesmo real e é 100% natural, os animais estão livres,
independentes e nota-se uma diferença gigante.
Não
se pode fazer barulho perto deles, o objectivo é ser o mais natural possível.
Ainda esperámos para tentar ver uma caça, mas não chegou a acontecer, é pena
mas seria bom de mais...
Foi portanto uma visita medíocre ao Etosha, mas vou visitar mais uma série de parques e devo ter mais sorte nos próximos
Uma girafa meio comida por leões |
Um leão bebé |
Etosha significa Great White Place por causa da planície gigante branca que tem no centro |
Durante
o tempo que estive no Etosha, lembrei-me muito do meu Avô, que era completamente
obcecado por animais e por África, tinha practicamente um Zoo em casa cheio de
papagaios e outros animais. De certeza que teria ficado contente de saber que
estive a viver isto com os meus olhos!
Pôr do sol no nosso acampamento |
A
caminho do próximo país de destino, o Botswana, passei ainda por outro Game
Park, o Mahango Game Park, que fica mesmo no Nordeste. Consegui ver mais umas
quantas girafas e muitas zebras.
África
sofre de um grande problema com a caça dos animais selvagens, e estão a ser
tomadas medidas drásticas para resolver o assunto, com tolerância zero na
maioria dos países. Grandes multas e prisão são frequentes, sendo o caso mais
extremo o do Botswana, onde quem controla o poaching (caça ilegal) dos animais
é o exercito. O exército tem ordens para matar quem for apanhado a caçar nos
parques, sem ter que apresentar qualquer justificação. O pior exemplo é a
África do Sul, que devido à corrupção ainda permite que os animais em extinção
sejam caçados. O rinoceronte, um dos animais em maior risco, já practicamente
deixou de existir nesse pais e aproxima-se o fim em quase todos os outros,
devido à grande procura dos seus chifres por parte do mercado asiático.
Estou finalmente a sentir a verdadeira Africa - a andar pelo deserto, ver animais, etc, foi isto que me cativou a vir cá e está a ser espectacular!
Estou finalmente a sentir a verdadeira Africa - a andar pelo deserto, ver animais, etc, foi isto que me cativou a vir cá e está a ser espectacular!
Nos
próximos dias vou entrar no Botswana, onde vou ao Okavango Delta e acampar numa
aldeia no meio do rio, onde apenas se pode aceder de Mokoro (barco típico da
região), deve ser interessante!
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