Tailândia e Camboja
A Tailândia é um daqueles países com um potencial imenso, dos mais
bonitos em que estive, mas infelizmente está infestado com este fenómeno
mundial chamado turismo massificado. A sua beleza atrai anualmente milhões de
turistas a toda a parte do país, vindos de qualquer canto do Mundo. Este fluxo
de turistas fez com que muita gente local se aproveitasse e se tenha tornado
num agente ou operador, restaurante, hotel ou empresa de transportes. Assim,
centenas de milhares de negócios de turismo são geridos por amadores e
principalmente por oportunistas e vigaristas! Em qualquer lado é preciso ter
atenção, pois distraindo-nos somos facilmente enganados e estamos a pagar mais
do que devíamos, ou a comprar aquilo que não queremos.
Como falei no post anterior sobre o Vietname, todo o Sudeste Asiático, mas
principalmente a Tailândia está totalmente lotada com turismo e negócios à sua
volta. Qualquer esquina tem um sinal a anunciar "travel, tours, hotel,
money exchange, etc". Isto facilita (e muito!) quem viaja, mas faz com que
cada vez sejam mais os turistas a ocupar as ruas e as magníficas atracções
locais e cada vez menos o destino seja bom na sua autenticidade.
Quando digo atracções magníficas, não exagero. A Tailândia é mesmo um dos
países naturalmente mais bonitos e incríveis em que já estive.
Acredito que quase toda a gente que ler este post tem um amigo ou familiar que
já tenha estado na Tailândia. Provavelmente grande parte ou mesmo todos os
sítios que aqui mostro já conhecem ou já viram através de fotografias que quem
lá tenha estado.
Na Tailândia não tive a oportunidade de viver tantas experiências como noutros
lugares. Ou melhor, tive! Mas as experiências que vivi já estava à espera
porque já tinha visto inúmeras fotografias e ouvido relatos.
A grande diferença que esta parte da viagem teve para mim foi o facto de,
nestes últimos 15 dias, ter a companhia de um dos meus melhores amigos de
Lisboa, o Heinrich!
BANGKOK
Encontrar-me-ia com o Heinrich no dia 21 de Junho em Bangkok. No entanto,
aproveitei e fui uns dias antes para a cidade, pois estava lá outro amigo meu,
o Kiko Beirão da Veiga, num campo de treinos de Muai Thai, luta tradicional
Tailandesa. Durante os dois dias que aqui estive testemunhei como funciona o
dia-a-dia de um destes centros de treino, onde além do Kiko estavam outros 4
Portugueses. O dia deles começava com um treino em jejum às 5.30 da manhã composto
por uma corrida de 20 minutos, seguida de treino intensivo de uma hora e meia,
e uma sessão de flexões e abdominais. Depois do treino almoçavam às 9 da manhã
e descansavam até às 4 da tarde, altura em que repetiam tudo! Um ritmo muito
duro, que nem ousei tentar imitar, limitei-me a aproveitar para fazer um bocado
de exercício, coisa que tenho feito pouco nesta viagem! Alguns dos que aqui
estavam a treinar tinham combates nessa semana e faziam todo o treino sem comer
ou beber água, usando casacos de suor, de forma a perderem 5 a 7 quilos em
quatro ou cinco dias!
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O centro de treinos |
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Um dos Portugueses |
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O meu amigo Kiko no treino |
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Pneus para perder os pneus! |
Depois destes dois dias fui com o Kiko até ao centro de Bangkok, onde me
encontraria com o Heinrich na manhã seguinte. Fomos até Khao San Road, a rua
mais movimentada e concorrida pelos turistas e onde está concentrada a vida
nocturna da cidade. Aqui fiz a primeira de muitas massagens na Tailândia, pois
cobram por uma hora uns míseros 3€! e aproveitei para me deitar cedo para às 7
da manhã ir buscar o Heinrich ao aeroporto. Às 10/11 da noite começo a ouvir um
estrondo enorme vindo da rua: eram os bares mesmo ali em baixo. A grande
confusão estava a começar e apenas nessa altura realizei que o meu quarto
ficava exactamente em cima de um desses bares, que competia com os vizinhos para
ver quem tinha a música mais alta. Restou-me tentar adormecer ao som de uma
mistura de Shakira, Jay-Z e música tradicional Tailandesa a altíssimo volume!
Foi uma pequena tortura, mas lá consegui dormir.
Na manhã seguinte, após apanhar o Heinrich no aeroporto fomos conhecer as
principais zonas de Bangkok e passear por um enorme mercado que eles têm ao fim
de semana onde se vende de tudo: desde comida, roupa, móveis, animais ou tudo
aquilo que se possa imaginar. Era uma feira como as que temos em Portugal mas
do tamanho de 5 ou 6 juntas!
De noite fomos beber uns copos para os bares na Khao San. Quando o sol se põe,
as bancas de comida e sumos são substituídas por bancas de bebidas e aparecem
algumas a venderem os famosos insectos e animais esquisitos para os turistas provarem.
Nesse dia achámos melhor não arriscar as barrigas e ficámo-nos pela cerveja. De
noite aparecem também dezenas de motoristas de tuk-tuks (motas de 3 rodas
típicas na Ásia) a tentar persuadir os turistas a ir ver um Ping Pong
Show.
Decidimos ir ver um destes espectáculos, que recomendo a quem não saiba o que são, nomeadamente senhoras, não tentar ir saber, especialmente se forem sensíveis, pois podem apanhar um pequeno choque.
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Os bares na Khao San Road |
Acordámos perto do meio dia e fomos ver os templos e palácios mais importantes
de Bangkok. O Wat Pho é um imponente templo que tem a maior figura de Buda
Reclinado do Mundo. Os templos na Tailândia são diferentes dos que vi nos
países onde tenho estado, achei engraçado haver tanta diferença na arquitectura
e decoração dos templos consoante o país, apesar de todos serem templos
Budistas.
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Grande Palácio |
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O Monge é que pediu para tirar a fotografia connosco! |
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Grand Palace |
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Um dos muitos mercados de rua |
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Buda Reclinado no Wat Pho |
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Wat Pho Temple |
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A confusão na Tailândia já era - agora é só segurança básica pelas ruas |
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O Mcdonalds na Khao San Road |
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Fazem de tudo, desde Cartas de Condução de qualquer país até Diplomas de Harvard! |
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O nosso quarto em Bangkok a partir da segunda noite |
De seguida passeámos um pouco a pé pela cidade, e apanhámos um barco que
circula no rio que a rodeia. Acabámos por ir a um enorme centro comercial,
talvez um dos maiores centros comerciais do Mundo - o MBK. Trata-se de um
mega-edifício que deve ter pelo menos umas 10 mil lojas. É incrível e
assustador. (Na verdade deve ser pouco maior que o Dolce Vita Tejo, que também
é assustador). A Tailândia é o único país que vi com mais e maiores centros
comerciais que em Portugal.
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O centro comercial MBK |
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O Rei é uma figura constante nas ruas da Tailândia |
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CR7 em todo o lado como sempre |
Junto a este centro fomos depois a um pequeno
mercado de rua. Foi aqui que decidimos experimentar a primeira das iguarias
exóticas na Tailândia: gafanhotos! Há muito tempo sabia que havia de chegar o
dia que ia ter de comer este tipo de animais. Andava a adiar e adiar, todas as
ocasiões que tive deixei passar, porque sabia que eventualmente ia
experimentar, pelo que preferi fazê-lo com um amigo! O gafanhoto era nojento;
tinha as patas enormes e parecia estar vivo. Apesar disso, na Tailândia estes
bichos são fritos e temperados antes os comermos, e isso fez com que a
experiência não tenha sido assim tão difícil. Na verdade sabia mais ao tempero
(soja e sal) do que a outra coisa, mas apenas a textura e o gafanhoto em si eram
esquisitos. Ficaram vários restos de gafanhoto na minha boca depois de quase 3
minutos a mastigar e engolir. Estava assim a primeira tarefa concluída,
restavam os outros bichos que também queríamos experimentar!
Voltámos à Khao San Road, onde nos esperavam os tais outros bichos, também eles
fritos e com molho ali ao lado para os temperar assim que fossem escolhidos. Comprámos
cada um um escorpião e uma enorme barata.
Comemos primeiro o escorpião, seguido da barata. O escorpião era bem mais
esquisito que o gafanhoto. Desta vez não era estaladiço, mas sim mais maleável
e tinha líquido por dentro (não era veneno). A barata depois do escorpião foi
tarefa fácil, só meter na boca e mastigar! Mas mesmo assim custou, era nojenta
por causa do seu tamanho e também pelas suas enormes asas e patas. Mas tinha de
ser e lá conseguimos ultrapassar esta tarefa!
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Fizemos amigos na Khao San Road |
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Grandes petiscos |
Além das muitas lojas que oferecem massagens, em Bangkok há também a hipótese
de fazer tratamentos "fish spa", em que as pessoas colocam os pés num
aquário onde centenas de peixes esfomeados se alimentam de pele morta. Fizemos
um tratamento destes e depois de 15 minutos ficámos com os pés limpos (espero eu!) pelos
pequenos devoradores que faziam muitas cócegas.
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Sofri muito com as cócegas! |
Nessa noite não fomos sair porque tínhamos que acordar às 5 da manhã para ver o
jogo da Selecção com os Estados Unidos. Ver este jogo foi triste. Estávamos
rodeados de Americanos e grande parte da motivação e orgulho que tínhamos antes
do jogo desapareceu, tal era a falta de ânimo e vontade que a nossa Selecção
mostrava. O nosso esforço foi apenas o de acordar às 5 da manhã, mas houve
muita gente que fez sacrifícios ainda maiores, alteraram as suas vidas ou
fizeram esforços financeiros para poder apoiar ao longe ou ao vivo e considerei
a nossa prestação uma falta de respeito por estas pessoas. O dinheiro e as
influências apoderaram-se do nosso futebol e na minha opinião tirando alguns
jogadores, ninguém merece estar na posição que está. A nossa Federação de Futebol
é capaz de ser das mais corruptas em todo o Mundo, uma vergonha.
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Na luta às 5 da manhã |
CHIANG MAI
Depois
do jogo apanhámos um avião para uma cidade que fica no norte da Tailândia chamada
Chiang Mai. É no meio de umas montanhas, numa zona limpa e calma, e os hotéis e
hostels ficam na zona antiga da cidade dentro de quatro velhos muros que a
dividem da zona nova. Apenas na primeira noite ficámos a dormir num hostel onde
pagámos 1€, o que significa todos os opostos de luxo. Em outras alturas da
viagem pouco luxo seria uma coisa normal pela escassez de oferta mas tendo em
conta que estamos num dos lugares com mais escolha a preços mínimos foi uma
coisa a não repetir.
Nessa tarde fomos a um dos destinos mais famosos na Tailândia: o Tiger Kingdom.
Tal como fazem em África com Leões e no Sri Lanka com Elefantes, o objectivo
aqui é aumentar a população de tigres na Ásia. Muita gente diz que estes tigres
são sedados, e este assunto é uma polémica que nunca irá ter fim. Diz-se que
são postos a dormir para os turistas poderem estar com eles de perto sem
correrem o risco de serem atacados.
Os responsáveis do Tiger Kingdom fazem questão de mencionar o assunto da polémica e
defendem que a razão de os tigres dormirem tanto é por serem constantemente
alimentados e tratados, logo não precisam de procurar comida, o que normalmente
fazem durante a noite no seu habitat natural, descansando durante o dia.
Cada um tem a sua opinião, mas a minha experiência diz-me que sim, que é
possível estarem simplesmente a dormir e a interagir com pessoas sem haver
perigos, desde que serem domesticados, alimentados e como todos os animais
selvagens, obedecerem a uma hierarquia restrita que é inato neles. Mas
também acredito na hipótese de estarem sedados, apesar de não achar que seja
necessário. Deixo as justificações para os expertos no assunto e as
opiniões para os leigos!
Esta foi mais uma experiência engraçada, mas não tanto como as que tive com
tubarões, chitas e leões porque aqui os tigres estavam enjaulados, fora do seu
habitat. Mas diverti-me imenso a brincar com tigres bebés e adultos, foi um
grande dia.
Todo o dia seguinte foi preenchido de aventura: fomos juntamente com um grupo
de Chineses para uma montanha que fica a duas horas de Chiang Mai para fazer
Zip Line. Aqui há muitas empresas a organizar este tipo de actividade e
escolhemos uma quase ao calhas, mas por sorte era óptima. O Zip Line
consiste num trilho de cordas que ligam árvores de lados opostos de montanhas. Algumas das cordas tinham 100 metros, outras
tinham 500 ou até 900 metros de comprimento. A diversão é deslizar por essas
cordas a alta velocidade com as devidas protecções através do sistema de
roldanas que nos segura. Algumas das cordas eram fantásticas, pois atravessavam
montanhas a 50 metros de altura, pelo que nos proporcionavam vistas lindas! Pelo meio houveram também algumas descidas de árvores em rappel e pequenas
caminhadas. Sem dúvida um dia bastante engraçado e activo, que recomendo fazer a
quem um dia vá a Chiang Mai!
Chiang
Mai tem no centro da cidade um enorme mercado que funciona apenas à noite, o
Night Bazaar, onde se pode encontrar tudo o que se precisa e é uma boa
oportunidade para negociar peças tradicionais ou imitações de roupa e relógios.
Ali existe também uma grande zona de bares e restaurantes, e no meio dos quais
está um ringue de Muai Thai, que obviamente decidimos ir espreitar e assistir
às lutas que ali estavam a acontecer. Sentámo-nos num dos bares, o que tinha a
melhor vista para o ringue, pedimos uma cerveja e imediatamente reparámos que
estávamos ladeados de bares com prostitutas e ladyboys (travestis, um fenómeno
frequente na Tailância). Além deste cenário, as lutas de Muai Thai não eram
autênticas, mas um “show” do estilo wrestling em que vários murros e pontapés
eram fingidos, outros verdadeiros, mas nunca chegou a haver sangue. Às tantas
um dos lutadores fingia estar K.O. e o combate terminava. Depois, iam juntos
passar por todos os bares a pedir gorjetas à plateia, inclusive a nós. Tivemos
que dar, mas toda a situação foi nada como pensávamos que seria um combate de
Muai Thai. Disseram-nos que estes são eventos para entreter os Turistas e lhes
tentar sacar dinheiro, mas havia outros sítios onde se podia ver combates
verdadeiros, que infelizmente não tivemos tempo para ver.
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Night Bazaar de Chiang Mai |
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Snack de alga de sushi crocante |
O
terceiro e penúltimo dia em Chiang Mai foi passado novamente no meio da selva,
desta vez a fazer um trekking, seguido de um rafting pelo rio e terminou numa
quinta de elefantes onde tive a minha segunda experiência a andar nestes
animais. Esta vez foi menos engraçada do que o que a primeira, quando andei no Sri
Lanka, porque estes tinha um grande selim e cadeira para duas pessoas, pelo que
não dava para perceber tão bem os movimentos nem nos sentirmos próximos do
elefante. Mesmo assim gostei e foi bom ter ido porque foi a primeira vez que o
Heinrich andou num. À noite estivemos no Night Bazaar outra vez a jantar e a
fazer compras, ou melhor, acabei por não comprar quase nada, mas entretive-me
apenas a tentar baixar os preços e rir-me com as barbaridades que eles pedem ao
início das negociações.
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Rafting |
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Descemos uma parte do Rio numa jangada de Bamboo |
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O fim da caminhada numas cascatas e lagos |
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Andar de elefante! |
Ainda antes de irmos novamente até Bangkok na manhã seguinte, tivemos tempo
para alugar uma mota e ir conhecer a montanha que contorna a cidade, que no
seu cimo tem um enorme Templo Budista - o Doi Suthep Temple. Quer o caminho até lá
acima quer o templo em si eram espectaculares, com uma vista incrível sobre a
cidade.
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A confusão do costume na Tailândia |
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O Templo, todo banhado a ouro |
Voltámos a descer a montanha para apanhar o avião. Quando aterrámos, tentámos encontrar
uma alternativa mais tradicional, menos turística de fazer as coisas e decidimos
ir de transportes públicos desde aeroporto secundário até à cidade. Só que no
Sudeste Asiático decididamente não dá para fugir ao óbvio, tudo o que se tenta
fazer fora do normal dá problemas e depois de andarmos alguns kms em dois
autocarros diferentes até percebermos que estávamos nos errados e de facto não
havia outra forma de chegar à Khao San Road senão táxi, decidimos ceder e assim
o fazer, e infelizmente desistir da ideia de por breves horas tentar ser
viajantes e voltámos a ser turistas. Nessa noite tivemos novo desgosto, quando
Portugal saiu definitivamente do Mundial, mesmo quando chegámos a acreditar que
seria possível.
A ideia de fazer base em Bangkok e ir voando para os sítios tem como lógica
poupar tempo, gastando o mínimo dinheiro possível. Como estávamos a fazer de
tudo um pouco em apenas duas semanas, apanhámos novo avião na manhã seguinte.
As companhias aéreas low-cost na Ásia funcionam impecavelmente, e são
incrivelmente baratas.
CAMBOJA - SIEM REAP
Voámos
então para Siem Reap, cidade que fica no Camboja, um dos países que fazem
fronteira com a Tailândia. É um país lindo, com uma rica e dura história, mas
que infelizmente tive muito pouco tempo para poder conhecer.
Siem Reap é uma pequena e movimentada cidade, como quase todas na Ásia são.
Aqui tudo gira à volta do turismo como nos outros lugares, mas apesar disso
aqui sente-se um ambiente diferente, mais tranquilo. Aqui encontrámos pessoas
mais autênticas, menos gananciosas e senti menos tendência para se aproveitarem
dos turistas com esquemas ou aldrabices, o que é um factor constante na
Tailândia e no Vietname.
Encontrámos um hotel relativamente bom, o melhor da viagem, e começámos a
explorar.
Contratámos um motorista de tuk tuk para andar connosco nestes dias. É o que
toda a gente faz aqui e é a melhor forma de transporte. O primeiro lugar onde o
tuk-tuk nos levou foi a um campo de tiros do exército Cambojano onde qualquer
pessoa pode disparar armas desde metralhadoras, pistolas ou até bazucas!
Escolhi a AK47, uma das armas mais clássicas da história, que sempre quis
experimentar, que adorei! Era bom ter tido alguma coisa em que acertar, como
uma lata ou um vaso, tinha só um alvo em papel mas foi muito bom na mesma! Os
soldados ainda me propuseram disparar uma bazuca contra uma vaca, coisa que já
tinha ouvido ser possível fazer, mas nem o meu budget nem a crueldade da
situação me permitiram sequer pensar nisso.
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A minha escolha - AK47 |
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O campo de tiro |
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O resultado final - nem foi mau! Faltam muitas balas que foram fora do alvo |
Normalmente os turistas que vêm aqui, disparam e vão-se embora. Nós tivemos a sorte de os soldados nos convidarem a beber uma cerveja e comer uns aperitivos locais com eles. Obviamente dissemos que sim e sentámo-nos à conversa dentro do que era possível por causa do seu pouco inglês, mas deu para passar uns momentos de boa-disposição e pudemos provar os seus petiscos, que chamei aperitivos locais pois dificilmente encontraria em outros lugares barata com malagueta numa mesa normal do dia-a-dia, que estranhamente comemos sem pestanejar e até repetimos várias vezes.
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A iguaria |
Depois fomos em direcção à principal atracção de Siem Reap: o complexo dos
templos e ruínas de Angkor. Trata-se de uma das maiores e mais
importantes atracções turísticas na Ásia. Este complexo é Património Mundial e é mundialmente
conhecido por ter sido cenário do jogo e filme Tomb Raider e também de um dos
filmes do Indiana Jones.
Subimos a uma montanha para ver um pôr do sol incrível sentados nas rochas de
um dos templos antigos. Apesar de estarem lá outras centenas de pessoas, este
foi um cenário incrível de assistir.
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Plateia a assistir ao pôr do sol |
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Angkor Wat |
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Pôr do Sol incrível |
Outro cenário, tanto ou mais incrível e sem dúvida um dos grandes momentos
nesta parte da viagem foi o nascer do sol no dia seguinte junto ao templo
principal, o Angkor Wat. Largas centenas de pessoas se juntam diariamente pelas
4.30 da manhã de forma a testemunhar o sol raiar por detrás deste templo,
enquanto que o lago à sua frente funciona como espelho e reflecte todo o
espectáculo, embelezando-o ainda mais.
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Pequeno Almoço alternativo - grande manhã |
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Estádio Municipal de Angkor Wat |
Todo
o resto desse dia foi passado a fazer uma “maratona” pelos templos e ruínas,
alguns deles verdadeiras obras de arte com mais de mil anos de história!
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O nosso transporte |
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Caminho para os Complexos Templos |
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À procura de Lara Croft |
Depois deste dia exaustivo em que percorremos grande parte dos Templos do Complexo e
andámos de um lado para o outro desde as 4 da manhã com um intenso calor,
aproveitámos para descansar na piscina do hotel e para comer bem. Das coisas
que mais adoro quando viajo é comer as comidas dos sítios, e aqui na Ásia esse
aspecto foi sempre muito bom porque não só se come muito bem como também é barato.
A nossa curta estadia no Camboja terminou ao fim de três dias, altura em que apanhámos novo avião para Bangkok, onde logo de seguida partimos de autocarro para as ilhas no sul da Tailândia, que eram o nosso próximo destino.
TAILÂNDIA - ILHAS
KOH TAO
Uma viagem nocturna de autocarro seguida de umas horas de barco até chegarmos
onde queríamos ir e estávamos naquilo que se pode chamar um paraíso em terra.
Chegávamos a Koh Tao, uma ilha do lado direito da Tailândia, com algumas das
mais espectaculares praias do Mundo. Areia branca e água azul cristalina fazem
a costa desta ilha, e intensa vegetação preenche o interior. Apesar de ser
provavelmente dos sítios mais bonitos do Mundo, inevitavelmente já foi
apoderada pelo Ocidente e é hoje em dia quase impossível encontrar um pedaço
genuíno de vida local. Agora tudo é direccionado para o turismo e como em todo
o lado na Tailândia e seus vizinhos encontramos restaurantes europeus e americanos,
discotecas, bares, agências de viagem, etc. No entanto, as praias fizeram com
que sem dúvida valesse a pena e embora já esteja um pouco estragada pelo
turismo massivo, a ilha é linda.
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Pad Thai de sonho (Noodles com frango envoltos em ovo) - obrigado pela dica Martim Bruschy |
Alugámos cada um uma mota e andámos durante três dias pela ilha
a passear e a aproveitar cada praia, onde descansámos
bastante, fizemos snorkling, jogámos futebol e comemos muito bem. Penso que tive muita sorte em ser esta a forma de acabar a minha
viagem, aqui estávamos de férias e sem preocupações nem sítios onde ter que ir,
e foi bom passar os últimos dias da minha aventura desta forma. Fomos também sair à noite nas duas noites que
aqui estivemos pelos bares da ilha, e numa dessas noites jantámos com um grupo
de amigas de Portugal que também aqui estavam a viajar e encontrámos. Foi engraçado porque a partir daqui tivemos o mesmo roteiro que elas e viemos inclusive no mesmo avião para Lisboa, pelo que passaram quase a ser nossas companheiras de viagem, tal foi o número de vezes que nos encontrámos.
KOH PHI PHI
Ao fim de três bons dias apanhámos um barco para outra das ilhas, desta vez do
lado esquerdo do país, pelo que tivemos que apanhar um barco nocturno até à
costa, um carro que atravessou o país e mais um barco da outra costa até
às ilhas de Koh Phi Phi. No total 15 horas de viagem.
Esta
ilha ficou famosa em 1999 quando saiu o filme The Beach - A Praia, com o
Leonardo Dicaprio. Foi aqui que ele foi filmado e logo o Mundo ficou pasmado os cenários incríveis que a ilha tem - praias paradisíacas no meio de enormes rochas e montanhas saídas
da água cobertas por vegetação que parecem irreais. Depois do filme este passou a ser um dos destinos mais concorridos em toda a Ásia. A
falta de planeamento aliada à ganância e facilidade de fazer dinheiro fez com
que as ilhas, apesar de continuarem bonitas, se tenham tornado numa fábrica de
turismo.
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Grande cenário |
Aqui as pessoas parecem gado, tal é a quantidade que diariamente entra
e sai da ilha. É assustador o número de barcos turísticos, bares e restaurantes
ocidentais, a oferta de quartos e as actividades turísticas à escolha para
todos os gostos. Felizmente conseguiram que não fossem construídos prédios, mas
a zona habitada da ilha está suja, repleta de lixo, esgotos à vista e hoje em
dia é quase apenas visitada por dois tipos de turistas: Ingleses loucos ou enormes
grupos de Chineses.
O atractivo principal desta ilha passou a ser festa em vez
da beleza natural. Entrámos então obviamente no espírito e juntámo-nos às inúmeras
festas na praia, onde os locais presenteiam os visitantes com espectáculos de
fogo e jogos de limbo, touro mecânico e outros pela noite dentro.
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Os famosos Buckets que achei mais parecidos com veneno do que vodka normal! |
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As festas na praia |
Durante um dia fizemos um passeio de barco pelas várias ilhas, inclusive a mais popular
de todas, onde se passou a maioria do filme – a Maya Beach. Felizmente fomos o
primeiro barco a chegar e conseguimos ver a ilha deserta, porque momentos mais
tarde começaram a chegar os barcos de Chineses que vieram aos magotes e
encheram literalmente a praia.
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Tempestade no caminho |
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Snorkling ao lado da Maya Beach |
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Maya Beach, cenário do filme A Praia |
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Sempre em casa |
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Maya beach vazia |
Este foi o nosso último destino na Tailândia! Após mais três dias de praia e festa foi
altura de regressar a Bangkok pela última vez, de onde partiria o nosso voo, o
último, com destino a Lisboa no dia seguinte.
Estar nestas ilhas foi a forma ideal de terminar a minha viagem! Apesar de ser
um destino ultra turístico, aqui não tive nenhumas preocupações nem chatices, apenas
serviu para descansar e me divertir a aproveitar os últimos momentos em cenários
de sonho. Por isso gostei muito de aqui estar e as multidões nada me
incomodaram.
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Pôr do sol no topo da montanha em Koh Phi Phi |
A
Tailândia foi o que estava à espera – um circo de turismo, com potencial para
ser tudo mas devido aos vários factores que falei está muito longe disso. Mas, no
geral foram 15 dias lindamente bem passados e tive a sorte e o privilégio de
fazer este bocado da viagem na companhia de um grande amigo, o que fez toda a
diferença!
Agora é altura de regressar a Lisboa, com uma carga na bagagem muito maior do
que se possa imaginar. Coisas além das físicas que adquiri ao longo destes 5
meses e vou para sempre guardar na minha memória! Fica para muito breve o resumo e o
post final, pelo que de relatos de viagem este deve ter sido o último!
Até ao próximo, até já!