What's this?

Tenho tentado actualizar o blog sempre que possível, mas às vezes é complicado encontrar internet suficientemente boa.

Espero que gostem!


O que é que se faz quando se tem o trabalho perfeito, mas ao mesmo tempo se tem como maior objectivo e sonho de vida viajar o Mundo?

Vai-se viajar!

Foi o que eu fiz. O meu nome é Fernando Costa, tenho 27 anos e trabalho há 4 no melhor emprego do mundo, a organizar a etapa Portuguesa do Circuito Mundial de Surf - o Moche Rip Curl Pro Portugal (http://live.ripcurl.com/portugal-home-2013.html). Para mim este é o melhor trabalho que poderia querer ter.

Mas acontece que ao mesmo tempo, o maior objectivo nesta fase da minha vida era viajar pelo Mundo, ver os 6 Continentes (7 para quem conta com Antártida, mas esse fica para outra altura qualquer); conhecer as diferentes culturas e ter o maior número de experiências culturais possível. São estas as coisas que me fazem mais feliz, além da minha família e amigos (parece cliché, mas é mesmo assim)

Sendo assim, decidi partir para uma aventura de cinco meses a viajar pelo que me faltava no Mundo. Até hoje, estive dois meses a viajar pela América do Sul em 2009, três meses a viajar pela Austrália e Nova Zelândia em 2012, e vivi um ano nos Estados Unidos onde também deu para passear um bocado.

Sem ter qualquer plano definido, o objectivo passa por conhecer muito bem Africa e Ásia, e vai ser obrigatório passar 11 dias na California na despedida de solteiro de um amigo.

Quanto ao trabalho, foi posto "de lado" por enquanto, mas pode ser que volte. Se for possível, vai voltar, se não for, é por uma boa causa.

Se não tivesse sido agora, não era nunca..


SE QUISEREM LEIAM, SE NÃO, VEJAM SÓ AS IMAGENS!!

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25/05/2014

INDONÉSIA e MALÁSIA

MALÁSIA

A minha passagem na Malásia durou apenas 19 horas portanto nem foi bem uma visita. Era uma escala entre o Japão e a Indonésia, mas que por ser tão longa, me permitiu ir conhecer um pouco de Kuala Lumpur, uma das cidades mais desenvolvidas e ricas do Mundo.
Apanhei um metro em direcção ao centro, onde fui dar a um centro comercial com um enorme placar publicitário do KFC com o Cristiano Ronaldo.
Saindo do centro comercial, vislumbrei pela primeira vez as Petronas Twin Towers, principal referência turística na Malásia que em tempos foi o maior(es) edifício(s) do Mundo.
Fiquei junto às torres a olhar para elas e tirar as fotografias da praxe durante mais de uma hora e meia, pois pelo meio fui conhecendo pessoas de todos os cantos do Mundo.
Por baixo das Petronas Twin Towers há um centro comercial que mais parece a Rodeo Drive, tal é o nível de lojas que lá existem (Prada, Chanel, Louis Vuitton, etc). Por trás deste centro comercial há um espectáculo de água e luzes.
Jantei num restaurante Australiano perto das torres e regressei ao aeroporto.
Ainda faltavam 12 horas para o meu vôo, incluindo horas nocturnas, por isso tentei encontrar um sítio onde conseguisse dormir mínimamente bem. Usando o wifi gratuito (um bem essencial) do aeroporto, deparei-me com um website chamado http://www.sleepinginairports.net/ que dizia exactamente qual o melhor sítio do aeroporto de Kuala Lumpur, e muitos outros, para dormir. Não falhou nem um bocadinho, pois dormi 8 horas seguidas como se estivesse em casa!








www.portugalaroundtheworld.blogspot.com







A minha cama nesta noite










INDONÉSIA




Fui à Indonésia porque já há muito tempo ouvia falar em como era um sítio único, ideal para passar uns tempos sem grandes preocupações onde podia aproveitar para descansar. Muitos amigos meus e também o meu irmão têm hábito de aqui vir à ilha de Bali. Sendo assim, decidi ir também ver e conhecer por mim.

Estive pouco mais de uma semana na ilha, que foi pouco mas suficiente para conhecer este sítio maravilhoso. Este post vai parecer familiar para muitos (pelo menos espero que sim)

O que torna Bali tão especial é o lifestyle e ambiente relaxado notório em toda a parte, livre de qualquer tipo de stress.
De uma ponta à outra da ilha se vêem paisagens das mais bonitas que existem. O verde das árvores e da vegetação é a cor predominante onde quer que se ande.


Mergulho ao final da tarde

Oferendas de Bali



O único meio de transporte


O aeroporto de Bali fica em Kuta, que envolve Denpansar, maior cidade da ilha e onde está o grande comércio. Apesar de ser uma cidade e viver num ritmo algo frenético tipicamente Asiático, esta cidade consegue acompanhar a boa vibe das restantes localidades da ilha, talvez por estar calor e bom tempo 80% do ano!

A vida de um turista em Bali é simples: acordar, tomar um bom pequeno almoço, ir à praia, sair para almoçar num dos milhares de restaurantes típicos, voltar para a praia, jantar ao início da noite a beber uma Bintang - cerveja local.
Tudo isto é feito de calções e havaianas, de manhã à noite, e não há nada que se “tenha” que fazer, ver, comprar, etc. Daí eu dizer que em Bali não há preocupações.



Pôr do sol em Padang-Padang



Quem faz surf pode escolher uma de muitas das melhores ondas do Mundo. Quem não faz pode ficar só a fazer praia.


Praia de Uluwatu



Em Bali circula-se maioritariamente de mota. São centenas de milhares as scooters que se vêem na rua, normalmente ocupadas por 2, 3 ou 4 pessoas. Famílias inteiras e crianças a conduzir são uma visão muito frequente.
Qualquer pessoa pode alugar uma scooter por 3-4€ por dia e circular à vontade. Isto permite ter uma liberdade que aqui é obrigatória, pois as distâncias são sempre relativamente longas.




O abastecimento é feito assim! À beira da estrada em garrafas de vodka com gasolina 




Por haverem tantas scooters e um quase igual número de carros e camiões, o trânsito nas ruas das cidades é algo caótico! Por inúmeras vezes senti perigo a conduzir a minha mota (a que chamei mota mágica), pois tanto me passava um carro pela esquerda a escassos cms, como um camião pela direita a igualmente curta distância, como os dois ao mesmo tempo! Era normal estar a conduzir tranquilo e de repente estar a vir um carro ou uma mota na direcção oposta na minha faixa. Estes foram sempre momentos inseguros, principalmente quando tive que guiar grandes distâncias, mas felizmente correu tudo bem e foi outra experiência que adorei ter!


A confusão e uma criança sem capacete à esquerda


A "minha" mota mágica




Outra das características de Bali é o comércio: em quase tudo o que se compra é necessário ter atenção e muita paciência, pois eles tentam-nos aldrabar em tudo! Quer seja um taxi, um quarto para alugar, a comprar roupa, ou um restaurante, a arte de negociar é um trunfo e uma ferramenta essencial para se levar o melhor de Bali. Até no aeroporto um guarda veio ter comigo a perguntar se queria passar a longa fila da imigração. Respondi claro que sim até que me pediu 20 dólares, além dos 25 que ia ter de pagar do visto.
Desde que uma pessoa esteja atenta e não queira ser enganada, consegue sempre evitar e em tudo o que compra poupar 30 ou 40%, o que no meu caso, por estar a viajar tanto tempo, é crucial.

Kuta é uma cidade muito agitada, por isso preferi ficar num sítio mais tranquilo: Onde fiquei a dormir fica a 1h de Kuta, no sul de Bali – uma praia chamada Uluwatu que é mundialmente conhecida por ter das melhores ondas que existem. Fui para estar lá relaxado mas também, principalmente, para fazer surf. Porém, para grande azar meu e grande sorte para muitos, as ondas estavam divinais, a atingir os 2,5/3 metros, o que é óptimo, mas demasiado para mim e para o meu nível.
Sendo assim, limitei-me a ficar na praia ou nos bares a ver durante os primeiros dias.




Ondas em Uluwatu


  


Bares da praia de Uluwatu

O meu camarote 

Fotografias de um casamento na praia


Num desses dias fiquei com grande vontade de estar na água e como em Uluwatu e redondezas as ondas continuavam enormes, voltei a subir 1h de mota até Kuta para ver como estava. A viagem valeu a pena, aqui as ondas estavam perfeitas para mim e passei o dia inteiro dentro na água. O pior foi o regresso a Uluwatu: 1 hora de scooter no trânsito louco desta vez à noite.

Praia de Kuta

Praia de Kuta

Em toda a ilha se vê estes pequenos cestos com flores, arroz e incenso - são as chamadas Offerings - um ritual de oferendas que os habitantes de Bali fazem 3 vezes por dia, em forma de gratidão aos Deuses pela vida, gratidão que segundo a tradição lhes trará prosperidade e saúde. Estas oferendas deixam um intenso cheiro pelo caminho, muito característico de Bali.

Cerimónia de oferenda 
Ruas de Kuta

Além de muita e boa praia, a ilha de Bali é conhecida pelos seus Templos e locais de interesse cultural.
Mesmo junto ao sítio onde estava a dormir fica o Uluwatu Temple, um templo em pedra construido no topo de um enorme penhasco onde o mar bate. Esta foi uma paisagem inesquecível a juntar ao magnífico pôr do sol. Este templo é também conhecido por ser uma cidade de Macacos.
No caminho, encontrei um Inglês que tinha conhecido na África do Sul. Foi mais uma enorme coincidência daquelas que só acontecem comigo!















Como disse, Bali tem inúmeros restaurantes locais, e em todos eles se come lindamente. O prato típico chama-se Mie Goreng ou Nasi Goreng, que são noodles ou arroz fritos com cebola, ovo, legumes e frango. É uma delícia e foi o que comi em quase todas as refeições na Indonésia! O melhor restaurante de Bali, para referência, fica mesmo junto ao Jacko's House, o meu hostel, e chama-se Uluwatu Cafe.

Nasi Goreng no Uluwatu Cafe

No dia seguinte a ir ao templo parti juntamente com o Federico, um argentino que também está a viajar sozinho que estava a dormir no mesmo hostel, para Kintamani, uma cidade que fica umas horas a norte de Uluwatu.
Tinhamos muito poucas informações de como chegar, quanto tempo demorava ou até onde dormir em Kintamani. O objectivo era chegar ao vulcão Batur onde queríamos ver o nascer do sol. Pelo caminho visitámos Ubud, uma cidade onde está uma floresta de macacos onde estivemos umas horas, seguidas de um almoço no Ibu Oka Babi Guling, um restaurante de porco assado recomendado pelo Antony Bourdain no programa No Reservations que depois de ficar famoso abriu 3 novos espaços!

Floresta de Macacos









Seguindo viagem, mais duas horas até chegar a Kintamani. Total: 4 longas horas de viagem nas nossas pequenas scooters.
Kintamani é uma pequena aldeia no topo de uma montanha onde não se passa rigorosamente nada. Os restaurantes fecham às 16h e funciona só como ponto de partida para quem visita o vulcão Batur. Aqui fiquei a dormir num hostel onde paguei a módica quantia de 1,80€! Este poiso serviu para ficar apenas umas horas, pois às 3.30 saímos em direcção ao vulcão. 

Kintamani






Petiscos típicos da região



O meu quarto de hostel

O que 1,80€ compraram 

Começámos a caminhar desde a base durante duas horas até chegarmos ao topo, mesmo a tempo de ver um dos cenários mais bonitos que vi em toda a viagem e talvez vida: um nascer do sol incrível sobre as ilhas, outros vulcões e sobre as nuvens, que lá em baixo faziam parecer que estávamos mais alto que o resto do Mundo. 






Incrível cenário















Tomámos o pequeno almoço no topo do vulcão e voltámos a descer durante mais duas horas, passando por mais um refúgio de macacos até regressarmos a Kintamani às 9 da manhã.







A essa hora, pusemo-nos novamente a caminho de Uluwatu para outras 4 desgastantes horas de viagem. Desta vez parámos num belíssimo campo de arroz e também em Jimbaran, onde almoçámos na praia um peixe acabado de pescar.






Outra paragem, num campo de malaguetas

Almoço em Jimbaran


Em Uluwatu as ondas continuavam enormes, pelo que o surf continuava a não ser hipótese para já. Consegui apenas fazer um bocadinho na manhã seguinte numa onda mais pequena chamada Impossibles, mas que estava pior que má, pelo que nem valeu a pena.
À tarde o mar já estava mais pequeno, mas mesmo assim ainda grande. Entretanto, lembrei-me de uma coisa que me tinham sugerido fazer se não estivesse exageradamente grande. Remei até ao canal da onda de padang-padang, a melhor e maior onda da zona, onde fiquei durante horas a assistir de um local privilegiado a um espectáculo de tubos dado pelos locais e alguns estrangeiros que se atreviam.


De onde vi as ondas de Padand-Padang 

Tubos perfeitos uns atrás dos outros


Este foi o meu último dia em Uluwatu. Nesta noite, decidi regressar a Kuta, pois ia embora no dia seguinte. Desta forma podia conhecer mais um lado de Bali que toda a gente diz que vale a pena: a noite.
Kuta tem uma rua de bares e discotecas que a partir das 11 da noite parece uma selva: carros e motas por todo o lado; os bares a tocar música mais alta uns que os outros; milhares e milhares de pessoas na rua, a maioria são australianos bêbados; e de 10 em 10 metros me perguntaram se queria comprar droga. Isto num país onde o tráfico de droga é punido com prisão perpétua.
Fui aos dois principais sítios onde se sai: Bounty e Sky Garden.
O Bounty era um bar, aberto ao exterior que tinha ligação a uma grande discoteca interior. Fiquei pouco tempo neste bar, porque estava vazio e quem estava eram locais bêbados. Fui então ao Sky Garden e foi aí que percebi a insistência em que eu fosse lá por parte dos meus amigos: Era um mundo de pistas e salas, com um labirinto infindável de escadas e escadinhas e uma organização digna de qualquer discoteca Europeia. No total, eram 8 pistas de dança diferentes, cada uma com o seu estilo e música diferentes, todas cheias de gente. Tive uma noite engraçada, e apesar de estar sozinho fui-me embora já de madrugada.

Ruas de Kuta à noite

Pista principal no Sky Garden

Antes de ir para o aeroporto aproveitei para passear pelas ruas de Kuta onde se vende tudo e mais alguma coisa. Roupa, acessórios, tecnologia, mobília e o que se possa imaginar ou necessitar, verdadeiro ou falso, está lá disponível.

No taxi em direcção ao aeroporto aproveitei para desvendar dois mistérios que me intrigavam sobre Bali:
1         1) Como era possível as pessoas andarem de mota à velocidade que andam, 4 e 5 em cada mota, muitas sem capacete e não acontecerem tragédias a toda a hora? O taxista respondeu que infelizmente acontecem e são muito frequentes.
2         2) Como é que alguém se atreve a vender ou comprar droga no meio da rua? Resposta: A droga que estas pessoas vendem é falsa, serve para enganar os estrangeiros, que compram farinha ou açúcar quando acham que estão a comprar cocaína, ou relva quando acham que estão a comprar erva.

Chegando ao aeroporto obrigaram-me a pagar mais 20 dólares para sair, o que me irritou solenemente, pois já tinha pago 25 para entrar e como não tinha sido avisado destes 20 não tinha guardado nada e não aceitavam cartão, pelo que tive que gastar dos últimos euros que guardava.
Resolvida a questão, embarquei finalmente com destino às Maldivas.


Os meus novos amigos, que me acolheram na Jacko House